domingo, 6 de setembro de 2009

Situação esporádica de um dia comum

Local: vestiário da academia
Participantes: Criança e sua babá
Situação: Criança pega o pente da mão da babá e diz que quer se pentear sozinha. Dá alguns mini passos até o espelho e vê sei lá qual imagem refletida, mas não a de uma criança de não mais que quatro anos. Comento com a babá - Ela deve ser bem vaidosa.
A babá consente e acrescenta – Ela não usa a mesma roupa mais de três vezes.
Alguns segundos de silêncio de minha parte, e naquele instante eu a e babá fomos cúmplices de nossos pensamentos. E respondi – Bom... Algumas crianças devem ficar bastante contentes com isso.

Mais tarde na faculdade, aula de psicologia social e comunitária, ministrada por Maria Antonieta, uma professora peruana de sotaque engraçado que neste dia insistiu em me chamar de “Karo”. Mas me consola saber que não é só o meu nome que ela erra. A Fabíola às quintas feiras passa a se chamar “Fabiôla”. Até o Jung (Carl Gustav Jung) passa a ser Jung (exatamente como se lê em português, e não “Iung” como deve ser a pronúncia). Só o nome da Laila que ela não erra porque ela adoooora o “ÊricClapton.
Certa vez ela censurou um trabalho da Rithy por usar gíria! No trabalho ela citou o “Mano” Brown.

Mas agora que vocês já estão apresentados, voltemos ao foco. Nesta aula a professora abordou algo que faz todo sentido: baseada em Pichón Rivière ela nos disse que “um doente mental é o porta voz da família a qual pertence”. Considerando que a definição de porta voz segundo Pichón Rivière é aquele que expressa as ansiedades do grupo, o portador de qualquer patologia psíquica estaria possivelmente expressando a doença da família a qual pertence.
Temos o hábito de olhar apenas o sujeito “problemático”, mas esquecemos de observar o meio ao qual ele pertence, ele pode ser o resultado das problemáticas do grupo pertencente. O primeiro grupo que uma criança é inserida é o grupo familiar (seja ele de sangue ou não). No caso de uma criança com qualquer tipo de transtorno que seja, devemos nos atentar à pais ótimos candidatos à uma visita à um analista.

4 comentários:

Naná disse...

Adoro esse habito da psicologia de pluralizar a culpa. Muito mais satisfatorio termos varios culpados do que apenas um.

Você tem ido malhar? Absoluta, a senhora.

Anônimo disse...

Oba, faltei à aula mas já tô por dentro de tudo rs...

Tenho um certo "tesão" nos textos do Pichón, devo dizer que tenho orgasmos multiplos [intelectuais] com a forma que ele aborda a questão grupal!

Se quiser te empresto os textos!

Bjim

Anônimo disse...

Diz aí... Onde vc acha templates tão bonitinhos assim moça?

Larissa disse...

GOSTEI, muito sensato até por que ninguem vive só de influencias internas ou externas, é um conjunto.
Se alguem está viciado em drogas por exemplo com certeza aquela pessoa está sendo influenciada pelo ambiente que ela vive e por ela mesma...
sei la nao sou psicologa para afirmar qualquer coisa, mas acho isso...
gostei!